tanta tormenta, alegria

5 de abr. de 2011

Por quê?

É... bom..., tô aqui, né? comendo essa vaquinha...
Me imaginem com as mãos trançadas nas costas, chacoalhando o corpo, os pés voltados para dentro e os joelhos se tocando, os olhos baixos e pidões...
Sei lá porque raio fazer isso. Tédio? Não, a última vez que senti isso foi um dia lá em 1983, mais ou menos, quando fui beber no habitual boteco imaginário com D. Pedro I, Bolívar, Marx, Lênin, Robin Hood, o Capitão Blood e todos meus outros heróis e percebi, de repente, o quanto eles eram chatos. Só falavam de política, de grana, e de como eles eram macho e tal, e quando o D. Pedro ficou meio bêbado e começou a querer encoxar a garçonete que o Marx andava pegando, bom... digamos que os velhinhos tentando brigar foi um espetáculo revelador.
Larguei os caras lá, passei a escolher melhor minhas companhias e nunca mais senti tédio.
Então o quê? Registrarei aqui meus pensamentos e reflexões coalhados de sabedoria e lirismo? Não, a historinha acima já responde a essa pergunta. Não tenho nada a dizer a ninguém, não. Nem sabedoria nem lirismo nem nada não siôr. Só falação.
Também não estou ganhando um tostão para escrever, o que me põe na categoria dos idiotas, de acordo com o Dr. Johnson.
Então por quê? Se não é tédio, dever existencial ou grana, por quê? Qual o sentido?
Acho que é justamente isso: nenhum sentido. Escrever é um hábito inútil, agradável e sem sentido. E o que nos torna homens civilizados é isso, cultivar hábitos inúteis e aprazíveis.
*

Bom, às vezes ainda vejo o Errol...

Um comentário:

  1. Uai, já começa fazendo pergunta difícil! Os livros ficam falando com a gente, botando um monte de palavras e idéias na cabeça, não bastassem aquelas que brotam naturalmente de livre e espontânea vontade. É batata. Tem que botar pra fora, né?

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